11 novembro 2006

Contos Infantis

Uma Tartaruga Chamada Genoveva

A Ritinha fazia anos. Era o dia do seu sexto aniversário. Os pais deram-lhe uma tartaruga e a irmã, a Joana, pôs-lhe o nome de Genoveva.
A casa da Ritinha tinha um terraço e no Verão os pais montavam uma piscina onde ela dava pequenos saltos e chapinhava na água com a sua tartaruga.
Sim. ARitinha, rabica, punha a Genoveva a nadar com ela.
Mas passou o Verão, ficou frio e a Genoveva limitava-se a estar no seu pequeno espaço e ficou triste, deixou de comer.
Certo dia, estando à mesa com a família, a Ritinha ouviu um espirro, e outro e outro, e disse:
- A Genoveva espirrou.
- Dah! não pode ser, és mesmo tótó, as tartarugas não espirram – disse a Joana.
- Mas espirram, mas espirram, feia – disse a Ritinha.
- Parem lá com essa discussão – disse o pai.
- Oh Ritinha, as tartarugas não parece que espirrem – disse a mãe.
- Estás com sono – disse o pai.
- Não estou nada – disse a Ritinha zangada. É que ela não gostava que lhe dissessem que tinha sono. Ter sono significava dormir e ela gostava de estar sempre acordada e brincar muito, fazer desenhos e cantar.
Pediu licença e foi embora para o quarto a cantar as cantilenas da meninice que uma vizinha lhe tinha ensinado.


Cantilenas da Meninice




O Arco-Iris da Ritinha

A Rita, rabica,
carapau,
sardinha frita...
Que pula e dança,
e no cabelo,
a franja...
Laço côr de rosa,
o colar é azul,
a pulseira é laranja...
É verde a camisola,
as calças são lilás,
e lá vai ela a cantar,
e tanto se lhe faz...
Este Arco-Iris,
a Ritinha fez pra mim,
num papel qualquer,
mas foi dado com um XI...


Adormeceu finalmente e sonhou com a Genoveva e o arco iris da canção.
Quando acordou no outro dia bem cedo, foi para a cozinha onde a mãe estava a preparar o pequeno almoço.
- Bom dia mãe – disse a Ritinha dando-lhe um beijo.
- Bom dia, Ritinha, dormiste bem? – perguntou a mãe.
Atchim...atchim...
- Ritinha, estás constipada, bem te disse para não andares à chuva – disse a mãe.
- Não fui eu que espirrei, foi a Genoveva – afirmou a Ritinha.
- Ritinha, já te avisei, não te desculpes com a Genoveva – disse a mãe.
- Não fui eu. Porque é que ninguém acredita em mim? – questionou a Ritinha.
-A Genoveva está doente, não come e agora está constipada – disse a Ritinha.
- Ritinha, as tartarugas hibernam e por isso não comem, ficam, como se estivessem a dormir, na Primavera vais vêr que torna a ficar activa – disse a mãe.
- Está doente e pronto – disse a Ritinha amuada.
Atchim...atchim...
- Realmente espirrou – disse a mãe que estava agora bem perto doa casinha da Genoveva.
- Eu disse, eu disse, voces não acreditavam – respondeu a Ritinha com ar importante.
-Que havemos de fazer? Concerteza temos que a levar ao veterinário – disse a mãe.
- Levá-la aonde? – perguntou a Ritinha sem perceber.
- O Veterinário é o médico dos animais – explicou a mãe.
- Ah, está bem. Quando vamos? – perguntou a Ritinha.
- Vamos vêr se podemos ir logo à tarde – disse a mãe.
- Bom dia – disse a Joana que tinha acordado há pouco.
- Bom dia Joana – disse a mãe.
- Sabes uma coisa Joana? Eu tinha razão, a Genoveva espirra e está doente, a mãe também ouviu – disse a Ritinha.
- Outa vez a mesma conversa? És mesmo teimosa – disse a Joana.
- É verdade, eu também ouvi – disse a mãe.
Atchim...atchim...
- Ouviste agora, Joana? – perguntou a Ritinha.
- É a Genoveva, é – respondeu a Joana admirada.
-Está decidido, vamos logo ao veterinário – disse a mãe.
Assim foi. À tardinha foram as três ao veterinário. Chamava-se Dr. Hermenegildo e a Ritinha olhava para ele admirada porque não conseguia dizer tal nome.
- Boa tarde, então o que vos traz aqui? – perguntou o médico dos animais.
- É a Genoveva, a tartaruga das minhas filhas, ela espirra – disse a mãe.
- Das minhas filhas, não, minha, porque vocês não acreditavam em mim – disse a Ritinha refilona.
- As tartarugas também ficam doentes – disse o Doutor.
- Vamos lá ver então a Genoveva – disse novamente o Doutor.
O Dr. Hermenegildo, dava voltas e reviravoltas à tartaruga mas de forma muito cuidada, parecia perceber do assunto.
- Em primeiro lugar tenho que lhes dar uma novidade. Como disseram que se chamava a tartaruga? – perguntou o Doutor.
- Genoveva – disse a Ritinha toda apressada.
- Pois é, mas vão ter que lhe mudar o nome, porque ela é um ele, a Genoveva é uma tartaruga macho.
- A sério? – exclamaram as três ao mesmo tempo.
- Que nome lhe havemos de dar agora? – perguntou a Ritinha, preocupada.
- E se fosse Gaspar? – perguntou a mãe.
- Pode ser – disse a Joana.
- Hum! Não gosto de Gaspar – disse a Ritinha.
- Gaspar, é engraçado Ritinha – disse o Doutor.
- Está bem, pode ser – disse a Ritinha um pouco contrariada por não se ter lembrado de nome nenhum.
- O problema é que o Gaspar, parece estar com uma pneumonia, por isso espirra e não se alimenta – disse o Doutor.
- Eu não estou muito habilitado a tratar deste tipo de animais, ainda para mais é um dinossauro, viveu quando eles viveram, mas pode ser que resulte, com a ajuda de todos – disse novamente o doutor.
- Vão à farmácia buscar este antibiótico – disse o Doutor enquanto passava a receita.
- Mas tem que lhe ser dado por um conta-gotas, porque o Gaspar ainda é pequeno e pode engasgar-se com a quantidade de líquido – recomendou o Doutor.
- Está bem eu trato dele – disse a Ritinha toda importante.
Após a mãe ter pago a consulta, ter ido à farmácia buscar o remédio, a Ritinha não largou por um segundo o Gaspar. Não queria que ele morresse e estava muito preocupada.
Nos dias seguintes e com a acção do antibiótico o Gaspar começou a comer novamente. Não muito, mas já dava para notar que estava mais activo. O pai depois de ter sabido da história, tinha comprado uma lâmpada que colocou na casinha, aquecendo assim o ambiente onde o Gaspar estava.
- O Gaspar está quase bom – disse a Joana que também se preocupava.
- Podíamos arranjar agora uma Genoveva, que achas Ritinha? – perguntou a Joana.
- Que boa ideia – sorriu a Ritinha.
- Como saberemos que vamos comprar uma Genoveva? – disse o pai.
- Podemos perguntar ao Dr. Hermenegildo – disse a mãe.
- Perguntar o quê? – perguntou a Ritinha.
- Como se distingue se é menino ou menina tartaruga – disse a mãe a sorrir.
- É verdade, podemos fazer isso – disse a Ritinha.
- Perguntamos ao Dr, hum...hum...Herme...gildo..., ou lá o que é, é o doutor dos animais – gaguejou a Ritinha.
Todos se riram porque a Ritinha não conseguia dizer o nome.
Afinal de contas o que realmente importava é que a Ritinha tinha descoberto, que a Genoveva que era Gaspar, estava doente e conseguiu tratar dele com muito carinho, como todos os seres vivos merecem.

O Dinossauro Chamado Evaristo


Eduardo andava a brincar no jardim lá de casa.
Que dia bonito estava!
O Sol sorridente, passava com os seus fios brilhantes por entre esse jardim de encantar, onde há árvores, canteiros de flores, rodeados de pedras grandes e quase transparentes.
No centro de tudo, o Eduardo tem uma árvore preferida, a que deu o nome de Anastácia.
- Bom dia Anastácia – disse o Eduardo, cheirando o ar que Anastácia tinha perfumado com o seu aroma.
- Vvvomm diaaa – disse Anastácia, sussurrando com o vento.
- Que tens tu aqui, ao pé de ti? – perguntou o Eduardo, olhando para o que parecia ser um ovo grande.
- Não seeiiii, pensavvvaaa que era uma pedra bonitaaa – respondeu Anastácia.
- Deixa ver – disse o Eduardo abraçando o ovo.
- Tchq...Tchq... – ouviu-se o ovo.
- Que barulho é este? – perguntou o Eduardo a si mesmo.
- Qrac...Qrac... – ouviu-se o ovo.
- Olha está a rachar – disse o Eduardo a Anastácia.
- Hum! Parecceee que siimm - respondeu Anastácia que só sentia, porque não tinha olhos, nem boca, nem ouvidos.
- Ploft...Ploft... – ouviu-se o ovo.
- Abriu-se, Anastácia, abriu-se, sentiste? – disse o Eduardo.
- Siiimmm...- respondeu Anastácia.
- Que é isto? Parece um dinossauro – disse o Eduardo.
- Éééé...Éééé... – disse Anastácia.
Eduardo tirou o seu casaco, estava um pouco de frio e enrolou o dinossauro bébé que tremia de frio.
- Estás bem? Sim? – perguntou o Eduardo ao dinoussauro.
- Brbrbr... – ouviu-se o dinoussauro.
- Tenho que te dar um nome. Que nome havemos de lhe dar Anastácia? – perguntou o Eduardo.
- Talvezzz Evaristooo – afirmou Anastácia.
- Mas ele é tão pequeno e o nome é tão grande! – disse o Eduardo.
- Maasss ele vvvaaiiii ficarrr muuuiiito graaannddeee – respondeu Anastácia.
- Achas? E que posso eu fazer com ele? Onde o hei-de abrigar? – perguntou o Eduardo preocupado.
- Não seeiii – disse Anastácia.
- Já sei. Na garagem. Os meus pais não põem lá o carro, está cheia de coisas – disse o Eduardo todo contente pela solução que tinha arranjado.
Xcht...Xcht...
- Vem lá alguém, ouço pasos a pisar a relva – disse o Eduardo.
- É a Catarina e o João – afirmou oEduardo.
- Fica quietinho dentro do casaco Evaristo – disse o Eduardo.
- Brbr... – respondeu o Evaristo.
- Eduardo? Eduardo? – chamaram por ele os irmãos.
- Já vou, já vou, vou à garagem – respondeu o Eduardo, escondendo o dinossauro entre os braços e tentando tirar a chave da garagem do bolso.
- Nós estamos à tua espera aqui ao pé da Anastácia – disse a Catarina.
- Sim e despacha-te para podermos jogar às escondidas - disse o João.
Eduardo dirigiu-se à garagem e com as mãos trémulas conseguiu abrir o portão.
- Agora, Evaristo, vais ficar aqui bem tranquilo e quentinho, vou voltar o mais rápido possível para te fazer companhia.
Depressa fechou o portão e veio ter com os irmãos, o João e a Catarina, mais velhos que ele.
- Porque foste à garagem? – perguntou o João.
- Fui lá pôr a bola – respondeu o Eduardo.
- Vá, vamos jogar às escondidas – disse a Catarina.
- Eduardo, tapas os olhos – disse o João.
- Está bem – disse o Eduardo.
- 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10, já vou! – disse o João.
- Catarina, João? – chamava o Eduardo para vêr se eles respondiam.
- Pluft, Pluft, já te vi João – disse o Eduardo.
- Pluft, Pluft, já te vi Catarina – disse o João outra vez, a querer acabar depressa com o jogo.
- Isso não vale, seu batoteiro, contaste muito rápido e nem deste tempo para nos escondermos – afirmou a Catarina.
- Pois sabem que mais? Não quero jogar – disse o Eduardo correndo para casa.
- Que é que lhe deu? – questionou o João, admirado.
- Sei lá, está um puto esquisito! – disse a Catarina, encolhendo os ombros.
- Vamos jogar os dois à bola- disse o João.
- Está bem – disse a Catarina a caminho da garagem.
- Ssssst...Ssssttt... – sussurava a Anastácia, tentando de algum modo impedir a Catarina de ir à garagem.
A Catarina abriu o portão e entrou à procura da bola que encontrou. Quando estava a fechar o portão, ouviu qualquer coisa, mas pensou ser o barulho das árvores.
- Está aqui a bola João,vamos lá jogar – disse a Catarina e foram os dois para a estrada de poeira, mesmo junto ao jardim.
- Ahhhh....que bom ! – pensou Anastácia.
O Eduardo, mal entrou em casa foi a correr para a biblioteca à procura de um livro sobre dinossauros. Desfolhou, desfolhou e pelo aspecto do ovo e do Evaristo, chegou à conclusão que era um brontossauro e assim sendo só comia vegetais, o que era bom porque assim já podia alimentá-lo.
Devagarinho e às escondidas tirou do frigorifico cenouras, alfaces, couves, etc...
Foi para a garagem pelo outro lado do jardim, tentando que ninguém o visse.
Ao entrar, viu logo o Evaristo que foi ao seu encontro abanando a cauda, já caminhava e parecia um pouco maior.
- Temos de ter cuidado Evaristo, os meus irmãos podem descobrir – disse preocupado o Eduardo.
-Trouxe-te esta comida, prova a ver se gostas – disse o João.
- Splsh...splash... – ouviu-se o evaristo e a comida desapareceu toda.
- Tão depressa? Comeste tão depressa? Como vou justificar esta comida toda que tirei do frigorifico? – perguntou a ele próprio o Eduardo, muito admirado.
O Evaristo saltava, rebolava-se, brincava.
O Eduardo ouviu chamar o nome dele. Estava na hora do almoço.
- Eduardo? Eduardo? – chamava a mãe.
- Já vou, já vou – respondeu o Eduardo apressando-se a fechar a garagem e a correr para casa.
Ao almoço, o Eduardo estava muito calado. Toda a família estranhou, até o pai.
- Estás doente, Eduardo? – perguntou o pai.
- Não, só estou com um pouco de dor de cabeça – respondeu o Eduardo.
- Vais ter que dormir uma sesta e isso já passa – disse o pai do Eduardo que era cientista.
- Se calhar tens febre – disse a mãe pondo-lhe a mão na testa.
- Hum, não me parece, mas deves dormir um pouco, estás cansado – disse a mãe.
Assim que acabaram de comer o Eduardo foi para o quarto lêr o livro sobre os dinoossauros, mas não conseguiu dormir porque estava muito preocupado com o seu novo amigo.
Passada uma hora, o Eduardo foi à cozinha buscar mais legumes frescos e pensou como ía ser difícil alimentar o Evaristo. Só mesmo se fosse à quinta do vizinho durante a noite e tirasse da horta alguns vegetais. Poderia ser que ele não desse conta.
Foi para a gargem com ar decidido.
Os irmãos que estavam desconfiados, seguiram-no.
Assim que o Eduardo abriu o portão da garagem, oEvaristo salta para ele todo contente , mas quando tenta fechar o portão, os irmãos entram e ficam os dois muito admirados e de boca aberta. Afinal, que animal era aquele, como tinha vindo ali parar? Lançaram perguntas atrás de perguntas ao Eduardo, coitado, que tentava a todo o custo explicar.
- Vamos dizer ao pai – disse a Catarina.
- Eu acho que não – disse o João.
- Não. Continuamos a escondê-lo aqui. Já viste se alguém descobre, o mal que lhe podem fazer? – questionou o Eduardo.
- Concordo – disse o João.
- Está bem, eu não digo nada, mas vai ser difícil cuidar dele – disse a Catarina ainda em transe.
- Splsh...splash... – ouviu-se o Evaristo a comer.
- Como ele come! Devora a comida! – disse o João.
- Temos que ter o máximo de informação sobre ele – disse a Catarina, tencionando ir ao computador e fazer uma pesquisa na internet.
- Está bem, é boa ideia - disseram o João e o Eduardo juntos.
E assim decidiram os três irmãos cuidar do dinossauro Evaristo. À noite o João ía à procura de vegetais, a Catarina conseguía o máximo de informação e o Eduardo tomava conta.
Passou-se um mês e o Evaristo estava muito grande e a necessitar de espaço para se desenvolver. Só passeava quando não havia ninguém em casa e os pais dos irmãos estavam a ficar muito desconfiados, achando que os filhos andavam a encobrir algo de muito esquisito.
Até que um dia, os pais chegaram mais cedo do que estava previsto de um passeio, e qual não foi o espanto quando viram os três filhos a brincarem com um animal de pescoço comprido e cauda longa e já quase da altura da Anastácia, a árvore.
- Que se passa aqui? – perguntou o pai.
- Onde foram arranjar este animal? – perguntou o pai novamente, não acreditando no que os seus olhos viam.
- Os dinoussauros não existem! – continuava o pai a falar, a falar, a falar.
- Não é possível, é um brontossauro – dizia a mãe.
- Por isso me desapareciam legumes do frigorifico - dizia a mãe admirada.
- Onde o esconderam? – onde está ele escondido? Digam, digam – continuava o pai.
Os três irmãos, trémulos, contaram toda a história.
- Por favor paizinho, não entregue o Evaristo – pedia o Eduardo.
- Evaristo? Mas que raio de nome para um dinossauro – disse o pai.
- Foi a Anastácia que escolheu – disse o Eduardo.
- Oh filho! Tu não estás bem, a Anastácia é uma árvore, não fála e os dinoussauros extinguiram-se à milhões de anos, não acredito nisto, não estou em mim ou os meus filhos elouqueceram, ou então isto tudo é um sonho – continuava o pai pondo as mãos à cabeça e dando voltas e voltas à volta de si mesmo.
- Vamos para dentro de casa e sossegados arranjamos um plano – disse calmamente a mãe.
- Está bem, vamos todos e o dinossauro também – disse o Eduardo.
Em casa e com calma descobriu-se existir a umas centenas de quilómetros de onde moravam, uma floresta vasta e protegida, na qual ninguém entrava. Era muito densa e havia quem dissesse que estava ensombrada.
- Pai. Eu não quero separar-me do Evaristo – disse o Eduardo com lágrimas no rosto.
- Filho, tem que ser, ou então o Evaristo vai sofrer muito. Cientistas, biólogos, curiosos, gente má, pode vir à procura deste ser tão importante e até matá-lo disse o pai - igualmente triste olhando como o Evaristo se chegava e protegia o Eduardo.
- Escuta o teu pai, Eduardo, e vocês também João e Catarina. O que vocês fizeram poderia ter muito mau resultado e o melhor para o Evaristo é sem dúvida a sua liberdade.
Ficou decidido. Na madrugada do dia seguinte, a famíla e o Evaristo ( escondido na roulotte), foram para essa floresta distante.
Deram voltas e voltas ao chegarem, para tentarem descobrir o melhor sítio para o Evaristo e quando já cansava a procura, ouviram-se os gritos da Catarina.
- Pai, mãe, meninos! Venham cá vêr, um ovo de dinossauro.
Todos a correr viram o inacreditável.
- É mesmo – disseram todos.
- Então quer dizer que os dinossauros existem mesmo, não é só o Evaristo – disse o pai, já confiante.
- Pois não, disse o Eduardo ao erguer a sua cabecita para o céu e a vêr um dinossauro enorme que chegava ao cimo daquelas árvores tão grandes, muito maiores que a Anastácia.
- Olha para esta manada – disse o João.
- Será que nos podem fazer mal? – questionou a mãe.
- Não, não acredito – disse o pai.
- Vamo-nos dirigir para o carro devagar, parece que o Evaristo já encontrou a sua família, vê como está contente – afirmou o pai.
Olhou para trás o Evaristo como que se despedindo de todos.
De repente, virou-se para a frente e seguindo os outros afastou-se calmamente, escolhendo o seu caminho.
Voltaram a casa já tarde, o pai, a mãe, a Catarina, o João e o Eduardo que foi de imediato ter com a Anastácia, para lhe contar como estava triste.
- Se eu soubesse não tinha dito nada a ninguém, Anastácia.
- Nãooo devvvemsoss esconderrr nada do que nãoo sabemoosss, nem podemoosss cuidarrr, porque corrremosss o rrrisco de pôr em perigo quem gostamoosss.
É que às vezzes o que achamos que é melhor para os outroos, não corrrresponde à rrrealidade, porque estamoooss a pensarrr no que é bom para nósss - sussurou a Anastácia com o vento.


O Eduardo tinha aprendido uma grande lição.