01 setembro 2005

Fotos Zacarias da Mata



Anjinho e Diabinho

O sexo dos anjos

Encontrando-me a pensar no Sexo dos Anjos, e para determinar a simbologia a utilizar através de uma equação matemática, que me permitisse com exactidão a sua definição; conclui com uma pergunta.

- Como se define hoje em dia o sexo das pessoas que podem mudar e optar pela sua situação hormonal mais influente, ou seja alterar do feminino para o masculino e vice-versa? Conforme melhor lhe aprouver?

HM = Hormonas Maculinas
HF = Hormonas Femininas
A = Anjo=?!
IC = Intervenção Cirurgica
DE = Desgaste por erosão
AP = Acidentes de Percurso
M = Masculino
F = Feminino
MF = FM=§
P = Perdas


Assim, vejamos:

10%HM + 90%HF = F

90%HM + 10%HF = M

50%HM + 50%HF = ?!

80%HM + 20%HF / IC = §

20%HM+80%HF / IC = §


Agora…

90%HF - 5%AP = 85%HF - 5%P = 80%HF

20%HM - 5%DE = 15%HM - 5%P = 10%HM

10%HMHF Perdidos


10%HM / 80%HF = 0,2222222222% Ser semelhante ao H ou à M

100% População – 0,2% Ser Semelhante ao H ou à M = 99,8% ?!

DAHHHHHHHH!!!!!!!!Perceberam?

No futuro seremos ?! Anjos?!

The way to Heaven.....

Eheheheheh..............

Poemas Coloridos à Solta

Criança

Alegre saber.
Saber alegre de criança.
Procurar no fundo do seu ser,
um raio de luz, uma esperança.

Sempre a gostar,
a partilhar um sorriso.
Sempre a ensinar
e a entrar no Paraíso.

Aprendendo a crescer.
Brincando.
Aprendendo a querer.
Cantando.

Poemas Coloridos à Solta

Avó

Amor Perfeito de Avó,
Mãe repetidamente.
É um nunca ficar só,
Cândido, simplesmente.

Chega viver para o ser,
Suave e calmamente.
Alegre até morrer,
Amor perfeito eternamente.

Poemas Coloridos à Solta

Eu

Está frio, escuro, no fundo...
Vejo luz...
Dispersa e difusa...
Fico confusa...

Tantas luzes de repente...
Cegam...
Radioso Sol...
Um dia de mel...

È agora que consigo...
O que preciso...
Carta perdida....
Numa noite de aposta...

Prossigo...
Não desisto...
Só ou não...
De inverno ou verão...

Tudo há-de ter fim...
Mas ficará a marca da mão...
Da minha mão...
Na arca do tempo...

Contos P'ra Contar

O Ténis de Mesa

Capítulo l


Já referi em algum sitio, que quando tinha cerca de treze anos era muito amiga de um rapaz que adorava desporto e como tal fomos os dois experimentar o Ténis de Mesa.
Ao entrar na sala verifiquei que frequentavam os treinos colegas que eu já conhecia, tais como o Tó, a Zé, o Fernando, a Ana, a Joana, a Sofia, a Cristina, o Tono e outros.
Pelo que constatei o melhor jogador dos rapazes era sem dúvida o Alberto, alto e com porte atlético mas um bocado convencido, cumprimentou-me com ar de galo de Barcelos como se já não o tivesse visto na escola à tarde, pois era da minha turma.
Das raparigas a que parecia ser a melhor era a Joana notava-se que tecnicamente estava mais desenvolvida, talvez por ser mais velha e segundo me disseram era a campeã distrital, cumprimentou-me com ar de quem pensou “ aqui vem mais uma miúda “tenho que mostrar o que valho.
Nunca tinha visto o treinador e a primeira impressão com que fiquei é que era uma pessoa muito exigente e dava-se a ares de manda-chuva. O seu nome era Oliveira e tinha aspecto de pessoa austera com um grande bigode negro e espesso falava imenso com as mãos também elas com pelos.
Sentei-me com o meu amigo a ver os treinos e achei o jogo bastante interessante, embora mudasse de opinião quanto à facilidade de jogar. Realmente não era nada fácil, exigia da parte do jogador muita técnica e segurança, pois como é individual não se pode falhar. Achei que tinha que ser um pouco malabarista; pois bater com uma raquete numa bola de celulóide, passar para o outro lado da mesa por cima da rede e estar sempre em movimento, é sem duvida muito exigente a nível de coordenação de movimentos.
No fim do treino, dirigi-me ao Sr. Oliveira e perguntei-lhe em que dia eram os treinos e que horas, ao que ele respondeu que tinha que vir das seis às oito horas da noite às segundas quartas e sextas-feiras.
Despedi-me de toda a gente com um simples Xau e vi-me embora com o meu amigo com uma vontade enorme de jogar. Quarta-feira era daí a dois dias e eu estava ansiosa para puder provar aquilo que valia como atleta, pois destas coisas do desporto percebia eu.


Capítulo 2

Eis que chegam as seis da tarde da quarta-feira seguinte e eu aí estava pontual à porta da sala de treinos. Quando me abriram a porta fui para a sala que utilizávamos de balneários vestir uns calções e uma T-shirt conversar como é óbvio com as minhas futuras colegas de modalidade.
O Sr. Oliveira distribuiu os jogadores pelas mesas e a mim mandou-me para junto de uma parede bater bolas depois de me ter ensinado a pegar convenientemente na raquete. Ao princípio achei aquilo bastante interessante mas passado um bom bocado comecei-me a cansar de estar sempre a repetir o mesmo. Perdi a esperança de jogar na mesa quando ele disse que o treino estava terminado, despedindo-se até sexta-feira
Cheguei a casa decepcionada, então eu tinha abreviado a minha aula de patinagem de quarta-feira à tarde para ir para o treino de Ténis de Mesa e não fiz mais nada senão bater bolas contra uma parede?!. Tinha que rever o meu horário desportivo que era o seguinte: às segundas Ginástica desportiva e Ténis de Mesa, às Terças Natação às quartas Patinagem e Ténis de Mesa, às quintas Ginástica Rítmica, às sextas Ténis de Mesa, a coisa estava a ficar complicada sabendo que jogava Futebol Feminino Voleibol na escola. Sobrava-me na realidade pouco tempo para estudar; então tive que me organizar , arranjando um saco para cada modalidade e depois procurar saber qual o desporto que gostava mais sem ter de prejudicar as notas, pois o meu pai deixava-me à vontade mas não poderia com isto tudo prejudicar os estudos. Uma coisa era mais do que certa, não tinha tempo para estar no café ou pura e simplesmente sem fazer nada pois não tinha horas disponíveis.

Capítulo 3

Começou a tornar-se impossível conjugar a natação e a ginástica rítmica com o Ténis de Mesa e por isso tive de desistir. Os treinos continuavam um bocado aborrecidos pois passava muito tempo a bater bolas contra a parede e estávamos nessa altura no mês de Outubro.
Mas passadas três ou quatro semanas, o Sr Oliveira mandou-me ir para a mesa jogar com a Zé e aí sim começou o meu entusiasmo. Entretanto tinham desistido do jogo por causa dos estudos duas atletas uma delas a actual campeã distrital. Os treinos começaram a ser mais intensivos e com as outras colegas e entretanto iniciaram-se os campeonatos disfirais. É claro que não participei neles pelo menos a nível individual pois que não estava ainda preparada para o fazer.
Entretanto chegou o mês de Fevereiro e fui convocada para jogar a pares com a minha amiga Zé no campeonato distrital que se realizava na minha terra. Antes de me dirigir para a mesa com a minha colega o treinador conversou connosco sobre o que iria acontecer no jogo e deu-nos as instruções seguintes: a principal responsabilidade de ganharmos o jogo era com a Zé a mim cabia-me apenas colocar a bola na mesa visto, ter pouca ou nenhuma experiência.
O primeiro Set ficou a nosso favor com as duas a cumprir com os papéis que nos tinham sido destinados e eu comecei a sentir-me mais à vontade pois quando tudo começou eu tremia dos pés à cabeça. À medida que evoluia o segundo set a minha confiança ia aumentando e qual não foi o nosso espanto quando na ultima jogada eu bati na bola com tamanha força do lado direito que as adversárias não tiveram hipótese de defender. Cumprimentamos as adversárias como é da praxe e abraçamo-nos uma à outra festejando a vitória.
O treinador ficou de tal maneira orgulhoso que parecia que o bigode se ria também.

Capítulo 4


As férias terminaram, começaram as aulas e também os nossos treinos de Ténis de Mesa. Como já referi no capítulo anterior, tive que abandonar os outros desportos e ficar apenas com o Ténis de Mesa e o desporto escolar pois fazia parte das minhas obrigações escolares.
Os treinos tornaram-se bastante intensivos com preparação física de cerca de meia hora e hora e meia de treino em mesa. Comecei a dedicar-me a sério pois havia seis raparigas na equipa e isso levava a uma maior competição entre nós.
A primeira saída que fiz com eles não correu muito bem pois não sei se por a estrada ser cheia de curvas achei-me indisposta de tal forma que vomitei no carro do treinador. Não imaginam a vergonha que senti; mas depressa passou pois puseram-me todos à vontade. Quando entramos na sala, as redes na mesa estavam postas ao contrário, o que para nós foi logo motivo de galhofa.
Começamos a jogar entre nós em estilo de demonstração pois o clube que fomos visitar estava a iniciar-se nestas lides e não tinha elementos femininos.
Mal acabamos os jogos viemos embora, lanchamos pelo caminho e entregaram-me em casa por volta das 18 horas.
No fim de semana seguinte fomos jogar outra vez fora e desta feita foi à noite o que contrariou bastante a opinião do meu pai que me achava muito nova para chegar tarde. Depois de algum debate com ele e a ajuda da minha mãe lá recebi a autorização. Conheci finalmente atletas de outras equipas e não me esquece que acabamos a noite a comer bacalhau assado perto da nossa terra.
Iniciaram-se entretanto os campeonatos distritais e eu fiquei em terceiro lugar.
As coisas pareciam andar de vento em popa embora houvesse na equipa algumas rivalidades, o que levava o treinador a colocar a treinara sério quem jogava bem; o que pessoalmente acho incorrecto pois nem todos conseguimos a mesma evolução no mesmo espaço de tempo.
Estávamos em Janeiro quando se iniciaram alguns torneios a nível nacional bem como o campeonato nacional; e começaram as minhas saídas de fim de semana para longe, Lisboa, Porto, Coimbra, etc…Algo que não agradava muito ao meu pai que dava por vezes origem a terríveis discussões. Qual a razão dos pais terem manifestações de posse em relação aos filhos quando eles estão a praticar algo que lhes faz bem e é extremamente positivo?.
Eu sei. É ciúme e medo, medo por exemplo de haver algum acidente de automóvel, medo do comentário das outras pessoas por uma menina de 14 ou 15 anos de idade chegar constantemente tarde a casa aos fins de semana, entre outras coisas. Mas eu tinha resposta para isso contrapondo que os acidentes ocorrem nas mais variadas situações, quer ao pé dos pais ou longe deles e que a vida é uma questão de sorte; quanto aos comentários dos outros eu argumentava que por vezes era inveja.
Achava os torneis excelentes pois davam-me oportunidade de conhecer gente de outras paragens e conviverão. Não fiquei muito bem classificada pois os torneios eram feitos com base no »bota fora» ou seja mal se perde um jogo fica-se eliminado e eu tive azar em alguns sorteios, pois encontrava logo pela frente jogadores cm mais experiência e que jogavam certamente melhor que eu.
Entretanto chega-se o fim da época e em Junho como era habitual havia o Torneio da cidade do Porto. O nosso treinador estava no Hospital, pois tinha feito uma operação ao joelho, e nós tivemos que ir jogar quase por nossa conta a não ser os jogadores seniores mais velhos que nos deram algum apoio. Foi aí que encontrámos a selecção do Porto sendo nós da selecção de Aveiro, sendo aí que conhecemos duas grandes jogadoras que viriam a ficar nossas amigas conforme descreverei no capítulo seguinte.
Os jogos correram-nos muito bem de tal forma que ficamos em terceiro lugar, os rapazes é que ficaram em quinto lugar o que foi bastante bom.
Comemoramos no Domingo à hora de almoço com todos os atletas em que foi servido o prato típico do Porto “tripas à moda do Porto”, para dizer a verdade quase não comemos, eu pessoalmente gosto muito de comida do Norte, mas desse prato nunca mais consegui comer.
Chegámos à nossa terra por volta das 19 horas e cheios de taças e prémios, fomos visitar o nosso treinador ao Hospital. Apesar de termos sido algo contrariados pelo porteiro lá nos deixou entrar fora da hora da visita, pois era um acontecimento especial..
Acho que ao Sr. Oliveira lhe correu uma lágrima pelo canto do olho mas ele disfarçou com a desculpa das dores no joelho recém operado.
Para além das raparigas que atrás referi que conhecemos da selecção do Porto também conhecemos alguns rapazes de uma equipa de Ermesinde e outros de Aldoar, que vão ser protagonistas de histórias engraçadas de encontros que posteriormente tivemos.
As féria chegaram e com elas o descanso dos treinos e torneios mas nós na equipa estávamos mais unidos que nunca, embora dessem origem a algumas desistências.

Capítulo 5

Ao iniciar-se a época em Setembro o meu treinador deu conta que alguém se tinha sobressaído e termos de jogo e essa era sem dúvida a Ana a nível dos femininos e o Alberto a nível dos masculinos.
Então começamos com a seguinte distribuição da equipa:
Séniores masculinos: o Sr. Oliveira, o Sr. Bastos e o Sr Roberto.
Juniores masculinos: o Alberto, o Fernando e o Tó.
Juniores Femininos: Eu, a Zé e a Ana.
É evidente que o Clube tinha mais jogadores mas nós éramos os que tínhamos restado da escolha do treinador, pois os outros estavam a iniciar-se ou tinham desistido.
Tínhamos crescido e amadurecido bastante e a relação das raparigas com os rapazes estava cada vez melhor e mais envolvente, pois em qualquer desporto os rapazes devido às suas características físicas conseguem jogar melhor do que as raparigas. Mas como nós nos tínhamos desenvolvido bastante já gostavam de treinar connosco e não punham cara feia ou risinhos idiotas como o Tono por exemplo por treinar comigo, com a Zé ou com a Ana..; pelo contrário até gostavam de nos ensinar alguns bolares com efeito.
Existia algo que eu ainda não expliquei; nós éramos para além de uma equipa, uma família. O Fernando era irmão da Ana, O Tó da Zé, o pai do Fernando servia-nos de motorista muitas vezes; apenas eu e o Tono não tínhamos laços familiares com ninguém mas não nos sentíamos mal por isso pois o pai do Fernando e da Ana foi a dada altura como um pai para mim.
O Sr. Oliveira recebeu um comunicado da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa a convocar a Ana para a selecção nacional de Juniores femininos junto com outras jogadoras de outra equipas e isso foi motivo de orgulho para todos nós.
Entretanto houve um torneio em Lisboa mais precisamente em Belém e nós ficamos instalados num centro de estágio onde pudemos partilhar com outros atletas de grande convívio. Apesar de ser Inverno a temperatura estava amena e tivemos oportunidade de passear por Cascais, Sintra e Sesimbra e como sempre as nossas refeições eram muito recheadas pois a rapaziada era de muito alimento.
O Alberto, o Fernando , o Tó e o Tono disputavam lugar ao pé da Zé, que apesar de ser forte comia muito pouco, e assim eles aproveitavam para comer o resto da dose dela. Eu e a Ana pelo contrário, embora mais magras não deixávamos nada para ninguém. O Clube com estes devoradores de comida podia ir à falência pois os gastos eram enormes não fosse a carolice de todos nós.
Os jogos correram-nos relativamente bem e tivemos por equipas boa classificação e a Ana individualmente realçava.
Nesse Sábado à noite já nos encontrávamos nos respectivos quartos quando ouvimos grande algazarra nos corredores do centro de estágio, viemos cá ora e vimos alguns atletas a correr e um deles a dizer:
Olha que eu tenho uma pistola! De momento ficamos alarmadas, mas pouco tempo depois chegámos à conclusão que tudo não passava de brincadeira. Eram uns atletas de um Clube de Ermesinde que tinham ficado bem classificados e andavam a festejar a Vitória gozando com toda a gente. Recolhemo-nos para tentarmos dormir quando ouvimos bater à janela e vimos alguém tapado com um lençol a fazer de fantasma. De repente apanhamos um susto mas depois vieram as gargalhadas.
Era o Fernando que tinha decidido andar a implicar connosco e lembrou-se desse disparate. Nós aproveitámo-nos da situação, e como estávamos cheias de fome resolvemos perguntar se eles
tinham comida. O Fernando chamou o Tó e este entrou-nos no quarto com uma garrafa de champanhe e uma lata de atum. Não digo nem conto a mistura que foi, mas a fome era negra que aquilo nos soube como se fosse o melhor repasto. Mal acabamos de comer bate o Sr. Oliveira à porta a ver se estava tudo bem e nós atrapalhadas metemos o Tó dentro do armário pois este ainda lá se encontrava. O treinador que não era tonto viu-me a mim e à Ana com cara de sonsas em frente ao armário e a Zé a dizer que já nos íamos deitar, mas com uma cara de iludir toda a ente menos o Sr Oliveira que não foi na cantiga. Pôs-nos para o lado e tirou o Tó de dentro do armário pegando-lhe pelo pescoço; claro que foi motivo para grande risota, mas ele nunca soube o que nós tínhamos estado a comer.
No Domingo jogámos mais alguns jogos e travámos conhecimento com a equipa de Ermesinde e combinámos que no fim da época faríamos um convívio no nosso clube e vice-versa.
Nessa altura, apesar de sermos todos mais ou menos da mesma idade, excluindo a Zé e o Tono que eram mais velhos, eu e a Ana tínhamos praticamente a mesma altura assim como o Alberto do Fernando , o mesmo não acontecia com o Tó que por inacreditável que pareça era muito mais baixo que todos os outros. Isso confundia um bocado a mãe, pois achava que ele tinha problemas de crescimento, estava como é óbvio bastante errada como se veio a constatar mais tarde. O Tó hoje é mais alto que todos os outros e forte também, e isto prova que o nosso crescimento não é igual, cada um de nós tem um ritmo próprio de acordo com o metabolismo e características físicas.
Depressa chegou o dia do convívio, e o nosso clube para receber o adversário de Ermesinde, esqueceu a existência do Ténis de Mesa. A irecção resolveu fazer um piquenique à beira-rio. As senhoras que faziam parte da organização resolveram fazer bolos, doçarias, rissóis croquetes e sandes.
No convívio fizemos de tudo um pouco, comemos, dançamos, nadamos no rio… Claro que como não podia deixar de ser surgiram algumas paixões próprias de gente da nossa idade, mas eu não me prendi particularmente a ninguém.
Passado algum tempo, retribuiram-nos o convite e lá fomos nós inclusive os pais dos atletas e pessoas ligadas ao clube para Ermesinde numa camioneta de 50 lugares. Foi uma festa enorme e excedeu todas as expectativas pois incluiu almoço, lanche e baile com conjunto privativo e tudo. Para mim foi óptimo pois a minha auto-estima estava um pouco em baixo e qual foi o meu espanto que fui das raparigas mais requisitadas para dançar e um pouco mimada pelos rapazes.
Correu lindamente aquela reunião e hoje recordo-a através de algumas fotografias que tirámos e fico repleta de nostalgia!

Capítulo 6

O último ano em que participei com afinco nos campeonatos nacionais e distritais como júnior foi o mais importante em termos de classificação.
Primeiramente, deslocámo-nos ao Campeonato Nacional de pares onde eu e a Zé fazíamos equipa e conseguimos o 2º lugar.
Para mim, foi um orgulho muito grande chegar a casa e mostrar ao meu pai a medalha com a faixa verde e vermelha da nossa Bandeira Nacional. Por coincidência estava a dar na Televisão um programa desportivo, com um resumo do campeonato e eu a ver a minha imagem e da Zé no pequeno écran.
Como o nosso Clube estava a dar cartas, fomos escolhidos para treinarmos com uns jogadores Polacos que se encontravam em digressão ao nosso País.
Treinámos com eles cerca de uma semana, mas aqueles treinos deram-nos uma evolução enorme, de tal forma que ficámos preparados para a Taça de Portugal que se realizava em Faro no mês de Junho.
Depressa chegou o fim da época com imensas peripécias das quais eu saliento o facto de eu e o Fernando nos tornarmos grandes amigos, talvez mais do que isso. Quando íamos de carro sabia-me muito bem encostar a cabeça ao ombro dele pois dava-me a sensação que ficava protegida e aconchegada. Mas tudo não passou de uma paixão de adolescente que se desvaneceu como um romance de Verão.
Finalmente chegados a Junho, dirigimo-nos a Faro no carro do Sr. Oliveira. Os ocupantes eram sete ou seja o Sr. Oliveira, a esposa, os filhos, a Zé a Ana e eu. Para ficar mais barato ao Clube
fomos acampar para o Parque de Campismo de Faro e após uma grande viagem, entre montar a tenda e descansar uma noite com muito calor, lá iniciámos os jogos.
Por culpa da Ana, segundo o treinador, ficámo-nos pelo 2º lugar, o que nos deu bastante orgulho mas não contentou o treinador que ficou furioso. Na viagem de volta o Sr. Oliveira quase que não disse palavra e nós falávamos entre dentes e de todos os assuntos menos daquele que os levou a tão longe paragem.
Quando estávamos perto de Leiria, o Sr. Oliveira resolveu fazer uma ultrapassagem pisando u traço contínuo, por azar a Policia estava na curva seguinte e mandou parar. A cara dele estava ao rubro e o bigode parecia que tinha vida, quando o guarda lhe pediu os documentos e o acusou de ter feito manobra perigosa. O Sr. Oliveira começou a contar a nossa viagem; que tínhamos vindo de disputar a final da Taça de Portugal em Ténis de Mesa em Faro., etc…
O guarda é que não pareceu querer saber e continuava a implicar com tudo e mais alguma coisa, até perguntar pelo triângulo. Aí eu estava a ver que dava um ataque cardíaco ao coitado do treinador, pois o objecto encontrava-se na mala do carro por baixo dos sacos, tenda, malas e de toda a bagagem que tinha sido necessária para a nossa deslocação. Mas como o guarda era a autoridade, o Sr. Oliveira teve que tirar tudo da mala e mostrar o famoso triângulo. Depois de recolocar tudo no carro o guarda perdoou a falta, o excesso de bagagem e de passageiros e deixou-nos seguir para casa. Não imaginam o que foi no carro, o Sr. Oliveira até acusou a esposa, do guarda ter mandado parar, porque se não tinha sido a nossa paragem anterior para comprar morangos nada disso tinha acontecido.
Se nós já vínhamos a conversar pouco então calámo-nos por completo, o silêncio foi absoluto até casa só interrompido para a despedida.
Seguidamente e este campeonato começamos a ajudar a Ana nos treinos pois ela ia participar no Campeonato Europeu onde ficamos um pouco mal classificados, mas deve ter sido uma experiência magnífica segundo o relato dela quando chegou a Portugal.

CONCLUSÃO

Hoje o Sr. Oliveira ainda é treinador de Ténis de Mesa, a Zé infelizmente faleceu num acidente de Viação, a Ana acompanha a filha e o irmão que é agora o treinador do Clube, o Tó e o Tono ajudam o Fernando, o Alberto desistiu há muito destas andanças e eu treino rapaziada noutro clube noutra localidade onde vivo.
Continuamos todos bons amigos e hoje reunimo-nos em jogos como adversários ou em festas em nossas casas.
Uma opinião...
Pratiquem sempre desporto, porque faz bem à saúde, ocupa o tempo, e o melhor de tudo cultiva a amizade.
Até sempre.